Introdução: A apraxia de fala infantil (AFI) é definida como dificuldade em programar voluntariamente movimentos articulatórios. Ou seja, mesmo que os indivíduos saibam o que dizer, têm dificuldade em programar a produção de sons, sílabas e palavras. Topograficamente, a AFI é semelhante à apraxia do adulto. As diferenças estão relacionadas à etiologia e aos danos que ocorrem quando se comparam os dois tipos de apraxia. A primeira refere-se a repetir palavras instruídas por outra pessoa. O segundo marcador representa inconsistências nos erros sonoros da fala, onde um indivíduo expressa palavras corretamente em determinadas situações e comete erros em outras situações. A literatura relata a importância de procedimentos terapêuticos que utilizem princípios de aprendizagem motora para controlar/melhorar a precisão e consistência da programação/planejamento. Recentemente, alguns autores começaram a relatar associação entre TEA e AFI. No entanto, os transtornos pragmáticos não desempenham um papel nos sintomas das crianças com autismo e são tratados como comorbidades. Objetivo: Analisar a conexão entre Apraxia de Fala na Infância (AFI) e Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Metologia: Este trabalho se trata de uma pesquisa bibliográfica. O conceito da pesquisa foi elaborada a partir da suscitação de palavras-chave relacionadas ao TEA e AFI, que eram os objetivos centrais do estudo, assim, foram achados e selecionados 5 artigos que tivessem algum dos nossos descritores. As bases bibliográficas selecionadas foram a BVS, Lilacs e Scielo. Resultados e discussão: 10 em cada 1.000 crianças com idades entre 1 e 5 anos apresentam algum distúrbio de comunicação, e 3-5% destas apresentam apraxia da fala. Aproximadamente 65% das crianças diagnosticadas com transtorno do espectro do autismo (TEA) apresentam apraxia de linguagem durante a infância, o diagnóstico de AFI inclui diversas características segmentares e suprassegmentais. Essas características diferem crianças típicas e crianças com autismo. Entre eles, pode-se identificar a exploração da articulação no início da fala, erros de substituição caracterizados por metátese, comunicação inconsistente e aumento do número de erros vocálicos. Conclusão: Observou-se que existem diferentes abordagens para o diagnóstico de AFI em crianças com TEA e diferentes métodos de avaliação para análise da prática oral e de linguagem, dificultando a localização de estudos correlacionando AFI e TEA. Enquanto o protocolo brasileiro não é validado, pode ocorrer resultados falso-positivos no diagnóstico, e isso se deve a um estudo nacional que visa melhorar o diagnóstico da AFI, sugerindo mais investimento e intensificação de pesquisas sobre esse assunto. Portanto, A relação de AFI com o TEA deve ser explorada mais especificamente.
Palavras-chave: Apraxia de fala infantil; Autismo; Linguagem.
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Autor (a):
Maria Elizabeth Andrade dos Santos
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