DETECÇÃO DE DISFONIA EM PROFISSIONAIS DA VOZ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

 

Introdução

    A disfonia é qualquer alteração que dificulte a qualidade da voz. Um desarranjo vocal ocorre no momento em que o tom e a intensidade da voz indivíduo se diferenciam dos seus iguais em idade, gênero, cultura e localização geográfica. Quando os traços da voz estão tão divergentes que causam prejuízo ao falante, um distúrbio vocal pode estar presente.

    A voz é um mecanismo de comunicação usado pelas pessoas com o propósito de disseminar informações e para descobrir aspectos orgânicos e emocionais. Algumas vezes, a voz pode nos advertir sobre o estado de saúde, estado emocional, idade, sexo e até o tipo de caráter do indivíduo.

    Os ajustes necessários ao cantar variam dependendo do estilo, gênero e requisitos interpretativos do cantor. Algumas dessas características podem resultar na má coordenação vocal do cantor.

   A maioria das instituições religiosas agora tem grupos de canto, corais e cantores solo que necessitam de aconselhamento fonoaudiológico sobre sua saúde vocal. Geralmente, essas pessoas não tem experiência e desenvolvem essa prática por contentamento individual e por não terem capacitação adequada, muitos têm queixas relacionadas à saúde vocal.

Objetivo

    Relatar as alterações detectadas em profissionais vocais, relacionadas à disfonia pelo mau uso da voz.

Metodologia

    Trata-se de um relato de experiência observacional, realizado em três instituições religiosas com os cantores. Foi realizada ações de orientação com o tema da disfonia causada pelo mau uso das pregas vocais a vinte profissionais da voz.

    Os pesquisadores distribuíram material impresso educativo, elaborado com a finalidade de realizar promoção e prevenção sobre o uso correto da voz. Fez parte da ação a realização de exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal orientado por profissionais capacitados. Todos foram esclarecidos sobre os possíveis sintomas da disfonia e ainda foi dado o encaminhamento de procura de profissional capacitado para tratamento, caso apresentem algum sintoma relacionado ao problema.

    Para o aprofundamento teórico de toda a realização da ação, buscou-se evidências sobre temas relacionados utilizando-se as bases de dados indexadas no Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO).

Resultados

    Aproximadamente, todos os cantores se queixaram de rouquidão e garganta seca, principalmente relacionado à utilização intensiva da voz cantada ou falada, porém a minoria relatou presença de sintomas típicos de gripes e resfriados.

    Isso se explica pela possibilidade de uso incorreto da voz, que pode prejudicar a saúde vocal dos cantores sem experiência, uma vez que não são cantores profissionais que contam com todo um aparato para proteção de suas pregas vocais. Neste caso para os cantores amadores de instituições religiosas é recomendado que seja implantada a prática da terapia fonoaudiológica voltada para esse público tão importante que ajuda nas instituições religiosas tão importantes nos dias atuais visto o aumento de desiquilíbrios espirituais.

    Portanto, o adoecimento ou alterações na voz cantada podem ser decorrentes de diversos fatores, como falta de conhecimento específico sobre aspectos relacionados à produção vocal, classificação vocal, a não utilização de técnicas de aquecimento e desaquecimento vocal, e a falta de um profissional fonoaudiólogo para orientações específicas.

Considerações finais

    Pode-se concluir que existe a falta de mais conhecimentos sobre os mecanismos de formação da voz e manutenção da saúde vocal entre cantores de instituições religiosas. Portanto, estes profissionais amadores por apresentarem graves deficiências vocais, devem procurar ajuda de profissionais para prevenção de doenças orgânicas mais graves.

    Por esse motivo, a busca de conhecimentos sobre os distúrbios vocais por cantores amadores é de grande importância, assim como a busca de ajuda de fonoaudiólogos capacitados para atender essa população se faz necessária.

    Mais pesquisas acerca do tema da disfonia são necessárias, visto que esse trabalho observacional conseguiu mostrar a grande importância que este público tem para a sociedade.

Referências

Cielo, C. A., Finger, L. S., Roman-Niehues, G., Deuschle, V. P., & Siqueira, M. do A.. (2009). Disfonia organofuncional
e queixas de distúrbios alérgicos e/ou digestivos. Revista CEFAC, 11(3), 431–439.
https://doi.org/10.1590/S1516-18462009000300010
Fernandes, G., Madazio, G., Vaiano, T. C. G., & Behlau, M.. (2020). A timidez e desvantagem vocal em profissionais da
voz. Audiology - Communication Research, 25, e2304. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2020-2304
Goulart, B. N. G. de ., Rocha, J. G. da ., & Chiari, B. M.. (2012). Intervenção fonoaudiológica em grupo a cantores
populares: estudo prospectivo controlado. Jornal Da Sociedade Brasileira De Fonoaudiologia, 24(1), 7–18.
https://doi.org/10.1590/S2179-64912012000100004

Prestes, T., Pereira, E. C., Bail, D. I., & Dassie-Leite, A. P.. (2012). Desvantagem vocal em cantores de igreja.
Revista CEFAC, 14(5), 901–909. https://doi.org/10.1590/S1516-18462012005000035

Autores (as):
Maria Elizabeth Andrade dos Santos
Vania Maria Andrade dos Santos
Shirley Pascoal dos Reis Marques
Marília Magalhães Aguiar
Aldair da Silva Guterres

Veja aqui (pág.142)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A IMPORTÂNCIA DO TESTE DA ORELHINHA

APRAXIA DE FALA NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISMO (TEA)